10/10/2012 - 06h00

Saiba evitar gastos exagerados com presentes no Dia das Crianças

Juliana Kirihata
Do UOL, em São Paulo

Prateleiras repletas de bonecas falantes, jogos eletrônicos e super-heróis gigantes. Se é difícil para os pais resistirem a brinquedos como esses, fica impossível quando estão acompanhados de seus filhos. Deixá-los em casa na hora da compra do presente de Dia das Crianças é uma das dicas de especialistas para economizar.

Segundo Altemir Carlos Farinas, autor do livro infantil “Dinheiro? Pra que dinheiro?”, aos dez anos de idade a criança já sabe 300 marcas de produtos. “Você a leva à loja e ela sabe o que quer. Ela vai querer tudo o que estiver ao seu alcance”, afirma. Para ele, um dos principais erros dos pais que se endividam é ceder a todos os apelos dos filhos.

Para não correr o risco de a escolha estar além da possibilidade financeira, o melhor é negociar o presente em casa e ir à loja com o limite de gastos preestabelecido.

Quem puder deve também pesquisar os valores em diferentes locais, já que o preço do presente pode variar até 179% de uma loja para outra, segundo estudo do Procon- SP. Se não houve tempo de antecipar a pesquisa de preços, a saída é pechinchar na loja. “Tem que negociar com o vendedor antes de chegar ao caixa”, diz Farinas.

Responsabilidade dos pais

Para a educadora financeira Cássia D’Aquino, é normal uma criança “querer tudo e mais um pouco” nesta data. Cabe aos pais, porém, dar um freio à vontade delas. O importante, segundo ela, é que os pais peçam aos filhos que eles priorizem o que querem, já que não podem ter tudo.

Uma dica de Cássia é pedir às crianças, com antecedência, uma lista com os possíveis presentes que elas gostariam de ganhar. Assim, fica mais fácil de achar uma opção que se encaixe no orçamento.

De acordo com os especialistas, os pais ficam iludidos com o preço dos produtos, sendo que o presente caro não é necessariamente o que vai agradar mais. Um passeio, por exemplo, pode ser uma boa opção e mais econômica.

“São os pais que estabelecem comparações [de preços] entre pais”, diz Cássia. Se não há a possibilidade de comprar um presente que a criança quer por causa do preço, é preciso ter “tato” na hora de contar para a criança. “Para as crianças menores, basta informar que elas não vão ganhar o presente, mas sem que sintam que são um peso na família”, afirma.

Aluguel de brinquedos

Outro caminho possível para cortar gastos com brinquedos sem decepcionar as crianças é alugá-los em vez de comprá-los. Em São Paulo, o site Joanninha, por exemplo, oferece planos de assinatura de brinquedos.

O cliente compra um crédito em “joaninhas”, que variam conforme o brinquedo. Segundo Alessandra Piu Sevzatian, sócia do site, são cerca de 450 itens cadastrados. Após a escolha pela internet, os brinquedos são entregues em casa e, depois de 30 dias de locação, os pais têm o direito de trocar os brinquedos por outros diferentes. “O que estamos ensinando para a criança é o ato de compartilhar”, diz ela.